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  • Foto do escritorNicole Annunciato

Ecobiociclo: uma viagem pela biodiversidade do interior de São Paulo

Atualizado: 4 de jul. de 2022



Você conseguiria deixar tudo para trás para viver um sonho? Foi isso que Rafael Silvério e Tatiane Bonaldi fizeram. Com uma pedalada seguida da outra, o casal de biólogos decidiu se arriscar uma “cicloviagem” e registrar todo o percurso no perfil deles nas redes sociais, o EcoBioCiclo.


A ideia da página surgiu quando perceberam que muitas pessoas começaram a investir em jardinagem durante a pandemia de coronavírus. Sem saber como cuidar corretamente das plantas, recorriam a eles para buscar dicas.


Com o passar do tempo, o casal foi se adaptando e decidiu levar até o público muito mais do que apensar jardinagem, mas uma verdadeira aula de ecologia e biodiversidade.


“A gente viu que na quarentena muita gente estava começando a plantar e não sabia como, mas aí a gente foi vendo que foi mudando o foco, só jardinagem era muito superficial, a gente gosta de coisas que envolvem outros assuntos de biologia, insetos, horta, educação ambiental, conscientização, o que é uma vida ecologicamente correta. Eu vejo o EcoBioCiclo como nós, o que a gente pensa em relação a esses assuntos”, conta Rafael.


A ideia de repassar os conhecimentos obtidos na faculdade - que por enquanto está sendo realizada através do ensino remoto - para o público fez com que muitas pessoas interagissem, perguntando espécies de plantas, insetos entre outros.



Ao perceber isso, os dois tiveram a ideia de fazer uma viagem de 50 quilômetros de bicicleta até uma fazenda em Bofete, no interior de São Paulo, para fazer registros do que encontravam pelo caminho e também aprender cada vez mais.


“Era um desejo de muito tempo na verdade, a gente tinha tudo meio que estruturado, nossa vida estava estruturada, a gente tinha estágio, emprego, casa, faculdade, era difícil abrir mão de tudo isso e sair nessa cicloviagem. As coisas foram acontecendo naturalmente, o universo foi arrumando para gente fazer tudo isso”, explica Tatiane.


Aos poucos, o casal foi se organizando para realizar a viagem, como comprar equipamentos, barraca, bicicleta, bolsas e também produzir trabalhos artesanais para vender durante o caminho.


“Fomos de Botucatu até a EcoFazenda em uma estrada de terra, levou dois dias. No segundo dia foi mais difícil, estava mais quente também, cansou bastante. A gente chegou na ecofazenda a noite já, mas no fim deu tudo certo. Foi muito gostoso percorrer toda a cuesta de bicicleta, a gente vai reparando no caminho, vendo os animais, plantas, tirando fotos e registrando, identificando o que a gente conhecia.”

Durante todo o trajeto, Tati e Rafa fizeram publicações nas redes sociais, e a interação do público os motivou ainda mais a continuar. “Parecia que as pessoas estavam viajando com a gente, mandando energias positivas, foi bem legal”, diz Rafael.


EcoFazenda


A fazenda fica no pé da cuesta e conta com um restaurante, chalé e áreas de camping. O local também recebe voluntários com interesse em aprender um pouco mais sobre as atividades oferecidas na fazenda.


“Eles recebem pessoas de todo o mundo que querem aprender um pouco do que tem na fazenda, que é a agrofloresta, horta orgânica, galinheiro. Temos aula de meditação, yoga, e estamos dando aula de ecologia. Acaba sendo uma troca muito rica entre os moradores do local. Ajudamos nas atividades da fazenda, plantam mudinhas, alimentamos galinhas, separamos lixo orgânico, em troca disso ficam hospedados. Acaba virando uma família”, afirma.


“É muito rico, a gente aprende a se alimentar de forma diferente, se reeducando, na questão de espiritualidade, autoconhecimento, a gente vai aprendendo a nos conhecer, a enxergar o que tem de mais profundo, aprendizagem interna”, complementa Tati.


Para Rafael, a possibilidade de estar em contato com a natureza, longe da correria do dia a dia nas cidades, é uma grande forma de aprendizado.



O casal está na fazenda há cerca de um mês, mas a cicloviagem não para por aí. Futuramente, eles pretendem percorrer também outras fazendas, pousadas e campings no interior e até mesmo no litoral.


“Precisamos escutar o que nosso corpo tem a dizer, na loucura da cidade você não se respeita, não respeita os seus limites, não se cuida mentalmente. Quanto mais a gente fica mais a gente se aprofunda e entende. A gente aprendeu com 2020 que não dá pra ficar fazendo planos e ter grandes perspectivas, porque a chance de vir uma frustração é muito maior. Viver um dia após o outro e não esperar nada, se a gente estiver aberto a isso as coisas vão aparecendo, a gente não se limita, o mundo e as oportunidades são muito grandes”, contam.


“Uma coisa é certeza, a gente ama natureza, a gente ama biologia, e tudo que a gente for ver relacionado ao assunto a gente vai tentar trazer para o EcoBioCiclo. Reflexo do nosso amor pela natureza.”, conclui Rafael.



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